Eduardo Romero*
Pedalar sempre foi algo benéfico e estimulador. Costumo dizer que a bicicleta oportuniza a velocidade da percepção, pois ao sair de bike conseguimos observar, perceber o caminho, o trânsito, o vento, a temperatura, a paisagem, a cidade, sentir o frio ou o calor e a vida de forma geral. A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou em 2010 a bicicleta como o meio de transporte mais sustentável do mundo. Faz bem a nossa saúde mental e física, à economia e ao meio ambiente. E neste período de pandemia de coronavírus faz toda a diferença.
Olha que coisa mais interessante: segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), no Brasil há mais bicicletas que carro, sendo 50 milhões de bikes e 41 milhões de carros. Mas, ainda assim, apenas 7% dos brasileiros usam a bicicleta como meio de transporte principal. Sim, há vários fatores que inibem os brasileiros de pedalar, passando pela falta de infraestrutura adequada, educação no trânsito e até questões culturais. Mas, aos poucos, as coisas têm mudado. E nesse momento de tensão e ansiedade por conta da Covid-19 o ato de pedalar tem provocado mudanças nas políticas públicas e no cotidiano das pessoas.
Cada um no seu ritmo, do seu jeito, respeitando as recomendações dos órgãos de saúde, usando máscaras, não aglomerando, fazendo a higienização correta de mãos e objetos, respeitando os horários e as distâncias estabelecidas, pode ter na bike o alívio necessário. Isto evita os sintomas da tensão, depressão, mantém sua saúde e das pessoas que amamos. Pedalar é um ato de amor próprio e também coletivo.
*Vereador por Campo Grande (REDE), Vice-Presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal de Campo Grande e Coordenador Nacional da Frente Parlamentar de Vereadores Ambientalistas.