Carlos Franco
“Bike é vida”. A frase do paranaense Anderson da Silva nos alertou para a importância da bicicleta e das histórias exemplares de vida que pedalam e percorrem os vários lugares desse nosso Brasil. Então, iniciamos a seção “MINHA HISTÓRIA”.
O começo nos apresenta promissor, pois iniciamos a jornada com um verdadeiro guerreiro, símbolo de superação. Um ciclista que, musicalmente, sacudiu a poeira e deu a volta por cima.
DE PAI AOS 18 A AVÔ AOS 40 ANOS
Anderson da Silva, hoje com 42 anos (completará 43 anos no dia 25 de outubro de 2020), nasceu em Campo Largo, cidade paranaense vizinha da Grande Curitiba, e desde menino até os 12 anos tomou gosto por andar de bicicleta. Hoje pedala sua bike pelas colinas ao redor da cidade onde nasceu, percorrendo dia sim, dia não, 50 km no lombo de sua “magrela”, nos dias não são 20 km para manter a forma e perder peso. Chegou a pesar mais de 100 kilos distribuídos por 1,77 metro de altura, hoje está pesando em torno de 78 kilos.
A bicicleta deixada de lado quando tinha 12 anos tornou-se sua aliada na perda de peso, não por estética, mas por necessidade. Em dezembro deste ano ou em janeiro de 2021, tudo vai depender do atual cenário de pandemia Covid-19 que o país enfrenta, Anderson terá que se submeter a uma cirurgia na perna – mais uma – para tentar reverter a perda de 25% da mobilidade face ao enfraquecimento e ruptura de tendões. Mas isso não o assusta. Este ciclista amador já enfrentou problemas maiores sem perder o equilíbrio físico e mental e sem derrapar nas curvas da vida.
Em 2017, trabalhando como encanador industrial, Anderson sofreu uma queda de 4 metros, que rompeu os seus tímpanos e o levou a ficar internado numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com diversas fraturas e um TCE, a sigla com a qual os médicos designam o temido traumatismo cranioencefálico. Por sorte e por conta de seu esforço e sua crença na vida, o acidente não chegou a afetar sua memória, mas ele deixou a UTI com sequelas e teve que se locomover em cadeira de rodas durante algum tempo. Hoje, a cadeira de rodas está guardada num armário para lembrá-lo sempre que é preciso persistir e que pedalar uma bicicleta o ajuda a se manter vivo. “Bike é vida”, repete ele a frase com a qual se apresentou para nossa equipe nas redes sociais.
E como uma tragédia nunca surge na vida isoladamente, no retorno Anderson se separou da primeira mulher, mas não de suas duas filhas. Ao contrário teve mais um filho com outra companheira. Hoje, morando sozinho, mais sempre em contato com os filhos, as duas do primeiro casamento e o garoto do segundo relacionamento, ele curte as delícias de ser avô de uma neta de 1 ano e quatro meses e um neto que fará 6 anos em janeiro de 2021. “Tenho muito orgulho dos meus três filhos e dos dois netos. Espero poder ajudá-los a ter um futuro melhor”, diz ele que os estimula com o seu próprio exemplo de vida, determinação e coragem. Mas minimiza dizendo que se “conseguir ser 2%” do que foi o seu pai (Moisés) já “fica muito contente.”
AS LIÇÕES DE MOISÉS E A COMPANHEIRA “MAGRELA”
Por conta da reviravolta em sua vida que o levou à aposentadora por invalidez, Anderson retomou os estudos e está para concluir o ensino médio, acalentando o sonho de tornar-se fisioterapeuta. Depois de tantas idas aos médicos e tanta fisioterapia, percebeu que essa é uma profissão que ainda pode seguir.
A casa em que mora hoje foi um presente do pai, Moisés, que sempre o estimulou a seguir em frente e “nunca desistir dos sonhos”. O câncer levou Moisés no meio do ano de 2020, mas ele continua mais vivo do que nunca na memória dos três filhos para os quais deixou de legado, além de uma casa para cada um, o exemplo de quem sempre enfrentava de frente as adversidades.
Hoje, Anderson guarda orgulhoso as fotos de quando seu pai erguia as paredes da casa em que mora e na frente da qual se descortinam as belas colinas de Campo Largo, tão largo que nem a vista alcança. “O maior homem em caráter e o mais trabalhador que pude testemunhar até aqui. Se eu chegar a 2% do que foi esse homem eu já serei um ser humano notável”, diz um emocionado Anderson, que é 100% em matéria de levantar a poeira e dar a volta por cima.
“Andar de bicicleta me devolveu movimentos e uma sensação de liberdade. Pedalo todos os dias. Bike é vida”. Nos lugares em que passa e nos amigos que estimula a pedalar, ele sempre registra a sua própria imagem e da bike, companheira de empreitada. É olhando para o futuro que Anderson tirou esta foto do alto do Cristo Redentor que zela pela paz de São Luiz do Purunã, cidade que fica a 20 km de Campo Largo e onde sempre vai no lombo da inseparável “magrela”.
Sonhos? Sonhos Anderson tem muitos. No momento acalanta o de ter uma bicicleta Bike Speed para enfrentar o cicloturismo de estrada com mais desenvoltura. O homem que sempre enfrentou riscos garante que sabe se cuidar nesses passeios e sonha fazer muitos depois da esperada cirurgia. Até viaja no desejo de uma nova bike, mas sem desânimo e sempre confiante de que o melhor já chegou e o muito melhor ainda virá.
Anderson é um exemplo de ciclista. O mundo gira e ele roda por aí, desbravando impossibilidades. “Diziam no hospital que eu não sobreviveria. Era uma montanha de papéis e diagnósticos. Essa montanha ficou para trás, o que gosto é das montanhas da paisagem. Esse lugar é bonito demais. A vida é bonita demais”.
parabéns Deus t abençoe
Histórias como a do Anderson serão sempre bem vindas em nossas páginas. Se você tiver uma relacionada ao uso de bicicletas ou bikes, temos total interesse. Escreva um resumo na nossa aba de contato que planejaremos uma entrevista que, antes de ser publicada, submeteremos para aprovação.
História de superação muita linda… Esse cara é um guerreiro Parabéns Anderson você é um exemplo pra nós 🙂
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Exemplo de superação. Avante guerreiro!
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